sábado, 10 de dezembro de 2011

Saindo do país para fugir do pagode e sertanejo

Já saiu a segunda edição do programa Funil Hiperativo para rádio! :D
Aqui você vai conferir o que anda rolando no cenário musical do mundo, além de uma reportagem dos grandes festivais de 2011 (que você já conferiu em posts anteriores) e a realidade de quem mora em São Borja e tem que sair do país (pega esse drama) pra curtir uma balada com mais música eletrônica. Dá play e curte ae:

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Produção do infográfico sobre festivais musicais

        Olá! Você ficou curioso(a) para saber como foram produzidas as fotos para o nosso infográfico sobre os festivais da matéria "Passado, presente e futuro dos maiores festivais musicais no Brasil"?



        Então, o making off vocês podem ver no nosso portal do Flickr e as fotos de cada festival vocês podem conferir abaixo:


     O Rec Beat é um festival que rola anualmente em Recife - PE -, durante o carnaval, desde 1993, e o melhor - adivinhem... - ele é gratuito! O festival une o experimental e o inovador à tradição, além de integrar música, dança e circo. A releitura do símbolo foi feita com brigadeiro misturado a corante azul.

     O SWU é um festival que acontece desde 2010 e apoia a união entre música e sustentabilidade. A releitura do símbolo foi feita com brigadeiro misturado a corante azul (S e o mundo acima da letra u), folha de alface (W) e macarrão espaguete (U)

     O Rock in Rio, um dos primeiros e maiores festivais da história do Brasil, acontece desde 1985. O símbolo foi feito de brigadeiro com corante azul e o nome do festival foi escrito com ketchup.

O MECA é um festival de verão que acontece no litoral gaúcho, na cidade de Atlântida, mesclando música alternativa brasileira e internacional. Usamos gelatinas de uva (M), tuti-fruti (E), cereja (C) e morango (A).

     O Planeta Terra acontece desde 2007, no parque de diversões PlayCenter em São Paulo. O símbolo foi recriado com macarrão espaguete, ketchup e  papel sulfite.

     Continuem acompanhando a gente aqui no blog. Siga-nos no Twitter e curta a nossa página no Facebook.

Shows e festivais de música na Argentina

        Para quem mora em São Borja é muito difícil ir a grandes festivais (ou até mesmo a shows) que rolam em outros estados do Brasil, como o Rock in Rio ou o SWU (dos quais já falamos na matéria anterior), pela distância e pelo preço salgado. A cabeleireira Bia Ifran, participou do Rock in Rio 2001, pois ganhou o ingresso em uma promoção da Jovem Pan, patrocinada pela Coca-Cola. Ela relembra com saudade dos momentos no festival “o show do Guns N’Roses e do Pato Fu foram maravilhosos, foi uma experiência incrível”.
Bia Ifran mostra seu ingresso para o show da Madonna
[Foto: Arquivo Pessoal]
        Infelizmente a cabeleireira não pôde ir ao Rock in Rio deste ano, principalmente por causa da distância. Mas existem outras alternativas, afinal a Argentina é aqui ao lado. Bia nos contou que desde 2001, o maior show que esteve foi no da Madonna há dois anos. Ela foi até Buenos Aires com oito amigos para curtir a Rainha do pop.
        A acadêmica de Publicidade e Propaganda, Marina Marques, também não pôde ir aos festivais brasileiros, mas não ficou parada em São Borja: ela nos contou, no videocast abaixo, como foi ir ao festival argentino Personal Fest (que também comentamos no videocast da matéria anterior), que aconteceu nos dias 04 e 05 de novembro deste ano. Assista abaixo a entrevista com a estudante e saiba como são os festivais argentinos.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Passado, presente e futuro dos maiores festivais musicais no Brasil

        Vamos relembrar aqui um pouquinho da história de grandes festivais que rolaram no Brasil nas últimas décadas e que seguem com força até hoje. O Rock in Rio, Planeta Terra e o mais recente SWU.

Rock in Rio I
Freddie Mercury, vocalista do Queen, no Rock in Rio de 85
[Foto: Divulgação]
        A primeira edição do Rock in Rio aconteceu em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, entre os dias 11 e 21 de janeiro de 1985. Uma área de 250 mil m² foi especialmente montada para receber o megaevento. 28 bandas se apresentaram nesses dez dias de puro rock e reuniu 1.380.000 pessoas (gente pra caralho!) e foi um momento histórico para o Brasil, que acabava de sair de uma ditadura e abria as portas pela primeira vez a grandes artistas internacionais.
        As grandes atrações internacionais foram: AC-DC, Iron Maiden, Ozzy Osbourne, Queen (sem dúvida, o show mais aguardado pelo público e os caras corresponderam à altura) e Scorpions. Os shows nacionais ficaram por conta de grandes nomes como Barão Vermelho, Blitz, Kid Abelha, Lulu Santos, Os Paralamas do Sucesso e Rita Lee.

Rock in Rio II 
        As pessoas aguardaram ansiosas por uma segunda edição do festival, já que a primeira foi um sucesso. O Estádio do Maracanã foi palco para o Rock in Rio II, que aconteceu entre os dias 18 e 27 de janeiro de 1991 e teve um público total de 700 mil pessoas.
42 bandas se apresentaram durante os nove dias de festival com destaque para os shows do Faith No More, Guns N’ Roses, A-Ha e Sepultura.

Rock in Rio III
        Após 10 anos sem Rock in Rio, nascia uma nova Cidade do Rock, construída em Jacarepaguá para comportar 250 mil pessoas por dia. O Rock in Rio de 2001 aconteceu entre os dias 12 e 21 de janeiro, reuniu 1.235.000 pessoas e 160 bandas.
Edição de 2001 do Rock in Rio
[Foto: Divulgação]
        A terceira edição trouxe atrações para todos os gostos musicais (de N’Sync a Guns N’ Roses) e promoveu/apoiou projetos socioambientais com foco em educação. O slogan do festival era “Rock in Rio, por um mundo melhor”. Foi nessa edição também que surgiram outros espaços além do palco principal, onde as apresentações eram divididas por estilos.

        A cabeleireira Bia Ifran, de São Borja, ganhou um ingresso na época pela promoção da rádio Jovem Pan. Segundo Bia, valeu muito a pena ter ido e os melhores shows foram o do Guns N’ Roses e do Pato Fu. Roberto Medina, idealizador do Rock in Rio, decidiu em 2004 internacionalizar a marca. O festival foi para a Europa, onde teve sucesso e consagrou-se um dos maiores do mundo, tendo edições em Lisboa (2004, 2006, 2008 e 2010) e Madrid (2008 e 2010).

Planeta Terra
        Em sua primeira edição, em 2007, o Festival Planeta Terra reuniu um público de 15 mil pessoas e teve como destaques a banda de rock Kasabian e a cantora inglesa Lily Allen (ainda em começo de carreira e gordinha), com seu hit Smille.
Lily Allen sendo agarrada por fãs no Planeta Terra de 2007
[Foto: Divulgação]
        O produtor Calvin Harris, um dos DJs mais disputados em festivais de todo o mundo participou da segunda edição do Festival Planeta Terra, em 2008. Os ingleses do Kaiser Chiefs fizeram um dos shows mais aplaudidos.
Foi também em 2008 que aconteceu um dos shows mais memoráveis entre todas as edições do Festival Planeta Terra foi, sem dúvida, Iggy Pop & The Stooges. Iggy, na época com 62 anos, dançou e pulou no palco.
        Em 2009, a banda de rock alternativo Sonic Youth subiu ao palco do Festival Planeta Terra. Os nova-iorquinos empolgaram a plateia com suas guitarras distorcida. A dupla britânica The Ting Tings também agradou o público. Os destaques brasileiros ficaram por conta da banda Móveis Coloniais de Acaju e da banda curitibana Copacabana Club.
        O público estimado em 20 mil pessoas, lotou o Playcenter no ano de 2010. Foram doze horas de música e quinze atrações, o destaque maior ficou para o show do cantor Mika, que fez um dos shows mais contagiantes (e purpurinado) da história do festival.

SWU
Regina Spektor cantando na primeira edição do SWU
[Foto: Divulgação]
        A fazenda Maeda em Itu, interior de São Paulo, foi palco da primeira edição do SWU: Music + Arts Festival.  Foram três dias, mais de 70 bandas, 700 artistas e um público total de 150 mil pessoas. O público elogiou a escolha das bandas e os shows, mas fez muitas críticas à organização e à infraestrutura. Alguns problemas que se repetiram esse ano. Destaques para os shows do Rage Against the Machine, Pixies, Regina Spektor e Joss Stone.


     O segundo semestre de 2011 foi marcado por grandes festivais que aconteceram em períodos curtos entre um e outro. Para simplificar a sua vida, no infográfico abaixo você encontra os principais festivais de música que rolaram no Brasil em 2011:


PS: Nenhum alimento foi desperdiçado durante a produção deste infográfico

        O que rolou de mais interessante nos festivais desse ano você pode conferir no nosso videocast abaixo, que traz os principais acontecimentos que se destacaram dos eventos: 



Pretende ir a algum grande festival ano que vem? Confira no podcast o que já está programado para 2012. :D

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Eu quero cinema, bebê!

Fachada do antigo Cinema Variedades de São Borja, onde
atualmente funciona uma loja [Foto: Nycolas Ribeiro]
Quando foi a última vez que você foi ao cinema? Na sua cidade tem cinema? São Borja há alguns anos não tem cinema, mas já foi no cinema que a população samborjense se encontrava. Até os anos 80, o cinema - não só na Terra dos Presidentes -, era ponto de encontro das pessoas, local de diversão, cultura, conhecimento e até mesmo ponto de encontro para casais. Atualmente a maioria dos cinemas do país está nos shoppings, fato que contribuiu para o seu quase extermínio.
         A única opção que tenta resgatar esta aura de magia do cinema na cidade é o Sessão Pipoquinha, Projeto de Extensão da Universidade Federal do Pampa – Unipampa -, idealizado pela professora Mara Ribeiro. O projeto faz sessões de cinema geralmente a cada quinze dias, sempre com um debate sobre temas pertinentes após o filme, as sessões são gratuitas e abertas à comunidade.
              Neste podcast do Funil Hiperativo nós comentamos um pouco sobre a situação dos cinemas no Brasil e ouvimos boas histórias sobre o cinema em São Borja:

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Hilda Hilst e o não-reconhecimento

Hilda Hilst [Foto: Divulgação]
        Alucinante. Lúcida. Assim defini-se Hilda Hilst, em toda sua poesia-prosa, em todo seu encanto-desencantado, em toda sua força e magnitude. Uma das maiores escritoras deste país ainda não é conhecida como merece. Há dois anos, enquanto aventurava-me pela obra de Caio Fernando Abreu acabei me deparando com a amizade do autor com a escritora paulista, decidi então procurar pela obra de Hilda Hilst, ao ir à biblioteca de minha cidade, pergunto se eles tem algum livro da autora, a bibliotecária vergonhosamente me perguntou se a escritora era internacional, disse que não, ao que ela respondeu que nunca havia ouvido falar nesta autora e nem possui nada dela.
                Hilda sabia de sua não-fama, durante sua vida (1930-2004) a autora teve poucos críticos que a amavam como a maior voz da literatura e outros que a consideravam impossível de ser lida, em toda a sua vociferação intimista. Corajosa, obscena, verdadeira, única. Mas quantos leram algo de Hilda? Em sua trilogia obscena (O caderno rosa de Lori Lamb - Contos D’Escárnio/ Textos Grotescos – Cartas de um sedutor) Hilda zomba do mercado editorial brasileiro, de suas artimanhas e ainda escancara o sexo de forma corajosa, mas mesmo assim jocosa. HH, como se autodenomina, usa desse turbilhão de sentimentos, que passeia pela ironia, pelo belo, pelo assustador, pelo cotidiano e pelo metafísico, de forma tão intensa como raras vezes se viu na literatura brasileira.
                E ainda assim, por que a obra da autora não está nas escolas, nas aulas de literatura, por que não é idolatrada de forma justa? A obra completa de Hilda Hilst está sob domínio da Editora Globo, que relançou todos os livros com uma arte gráfica minimalista e com organização de Alcir Pécora, Professor de teoria literária na Unicamp. Vale a pena buscar um pouco da obra dessa mestra das palavras, que escreveu prosa, poesia, teatro e híbridos dos anteriores.
                

domingo, 27 de novembro de 2011

Sigur Rós escorre seu post-rock como lava vulcânica em álbum ao vivo

Divulgado com aura de mistério na internet, o álbum ao vivo “Inni” dos islandeses do Sigur Rós é mais uma experiência de uma das maiores bandas de post-rock da atualidade. Junto com o álbum vem também um filme, sim, um filme, pois o Sigur Rós não faz DVDs, faz filmes, e quem já assistiu o documentário “Heima” sabe do que estou falando.  Com 14 músicas já lançadas em discos de estúdio e uma inédita, o álbum traz toda a aura etérea e intensa da banda no palco.
Foto: Last.fm
         Ao ouvir Sigur Rós perguntava sobre a qualidade das canções ao vivo, mas em “Inni” fica clara a força e a magia que os envolve, em versões que mantem a essência do post-rock minimalista da banda. Parece que quando o arco de violoncelo encontra a guitarra de Jónsi, nos sentimos em outro planeta, nos sentimos sugados para dentro desse mundo do Sigur Rós, onde o importante são as sensações e a língua oficial é o Vonlenska – algo como “esperancês”, em português, língua criada pela banda ainda no álbum “Von” e que não serve como forma de comunicação, mas apenas para dar ritmo as canções.  Um dos pontos mais impressionantes de “Inni” é o falsete do vocalista Jónsi e como ele se mantém forte ao vivo, mesmo em músicas como “Svefn-G-Englar” com seus dez minutos de duração.
         A escolha das canções é acertada, passando por (quase) hits da banda, como “Hoppípolla” e “Glósóli”, e maravilhas como “Ný Batterí” e “Untitled VI (E-Bow)”. A canção inédita, chamada “Lúppulagið”, remota ao segundo álbum da banda, o “Ágætis byrjun”, com seu aspecto delicado e quase élfico. Um álbum duplo e ao vivo, com 103 minutos, parece até loucura em tempos de fibra ótica, mas o Sigur Rós não quer correr contra o tempo, eles querem é deixá-lo escorrer lentamente como a lava dos inúmeros vulcões da Islândia, eles querem a simplicidade e a força de uma música que nos envolve e que não será descartada assim que o HD ficar com a memória cheia.
          Como foi falado no início, o disco é lançado juntamente com o filme, mas no Brasil dependeremos da boa vontade de algum distribuidor para vê-lo em salas comerciais, já que não há previsão de estréia nem de exibição em algum festival ou mostra. Por enquanto ficamos apenas com a experiência do álbum, que faz um apanhado belíssimo dos 17 anos de carreira da maior banda da Islândia (aqui considero a Björk como a maior artista solo do país). Em 2001, no livro “Rumo à estação Islândia”, o jornalista Fabio Massari dizia que “não deve existir, hoje, voz mais impressionante do que a de Jónsi” e perguntava: são eles “o pop do futuro? O futuro do pop?”  e Jónsi respondeu que eles fazem “‘canção pop comum do futuro’, que nós desaceleramos e deixamos mais esvoaçante”. Não sei dizer se o Sigur Rós é o pop do futuro, mas se o for quero viver muitos anos, onde possa ouvir este “Inni” como uma passagem para um mundo onde a felicidade é simplesmente sentir.
          Abaixo o vídeo misterioso usado para divulgar o disco/filme: